Poucos filmes da cultura pop são tão controversos como Venom. Além de ter sido a primeira aparição dele como anti-herói nos cinemas, perdeu-se muito do terror que o personagem era. Assim, o primeiro filme se mantém em um bom nível blockbuster, já o segundo tenta ser mais do que aquele não foi, com mais ação e bem aterrorizante.

Assim, Venom: Tempo de Carnificina intensifica o terror e o sombrio do anti-herói, mas peca em uma história fraca e irrita com excesso de piadas pouco funcionais para trama, conseguindo até ofuscar a grandiosa cena pós-crédito.

Humor não tão engraçado assim

Antes de tudo, o primeiro filme vendeu um Venom mais cômico, então era esperado o mesmo padrão de piadas. No entanto, mesmo que nesse filme tenham conseguido trabalhar algumas delas, passa muito do tom e acaba sendo bem irritante o tanto de piadas desnecessárias e fracas.

De qualquer forma, existem momentos muito bons que te fazem rir, e é essa relação de Venom com Eddy Brock (Tom Hardy) o ponto máximo do humor, conseguindo te cativar e manter o filme nos eixos. Ainda assim, poderiam ter mantido um pouco menos exagerado, pois funciona perfeitamente e todos abraçam esse Venom para futuros filmes.

Romance não convencional

Agora, saindo do cômico e indo para o romance, Cletus Kasady (Wood Harelsson) e Grito (Naomi Harris) fazem um casal um tanto bizarro e macabro, lembrando até o casal Coringa e Arlequina na DC em épocas clássicas, sem os abusos. Entretanto, Grito infelizmente vira um artifício de roteiro e acaba sendo bem abafada, principalmente porque Carnificina está no filme e é difícil um vilão dessa grandeza ficar ruim.

O que ficou estranho mesmo foi o personagem Cletus, forçando a tentativa de psicopata sanguinário na história. Contudo, basta você jogar o papel na mão de Wood Harrelson que as coisas andam. E foi graças a ele mesmo, pois Cletus foi de longe uma das piores coisas do filme, mas Wood Harrelson não é o único nome a se destacar aqui.

Venom: Tempo de Carnificina
Imagem Divulgação: Marvel

Tom Hardy e sua atuação memorável

Mais uma vez tem que se aplaudir Tom Hardy em uma atuação incrível. Ele abraçou o personagem, soube vivê-lo em cena em dois filmes e a torcida é que fique por muito mais tempo.

Desta forma ele trouxe um Eddie Brock mais sério em tons sarcásticos, porém extremamente cômico e disfuncional por causa do Venom. Além disso, como os filmes trabalham tanto como uma bipolaridade como um casal, o Eddie Brock de Tom Hardy é sem dúvida um dos melhores personagens adaptados dos quadrinhos dos últimos anos graças ao seu carisma. Ele entregou tudo aquilo que o personagem pode ser e acredita-se que muito mais será entregue no futuro.

Venom Tempo de Carnificina
Imagem Divulgação: Marvel

Pontos negativos e positivos

Não foi só o exagero cômico que atrapalha o filme, a história é fraca, bem sem sal. Apesar dos artifícios de roteiro funcionarem muito bem e conseguirem amarrar bem a trama, a história contada não convence. Tudo até chegar o último ato.

De qualquer forma, o segundo filme foi muito melhor que o primeiro em alguns sentidos, como a luta entre Venom e Carnificina. Ela é visceral, grandiosa, casada com uma trilha sonora bem roqueira de porradaria sem escrúpulo. Mesmo que pudesse ter sido muito mais violenta, para a classe indicativa do filme ficou épico, e consegue salvar bem o filme, deixando em aberto o que poderia acontecer com Eddie Brock em um terceiro filme.

Venom tempo de carificina
Imagem Divulgação: Marvel

Considerações finais

Dito tudo isso, apenas uma coisa interessa, sendo um elemento que construiu todo o império da Marvel nos cinemas, mesmo não fazendo parte do MCU. A cena pós crédito de Venom: Tempo de Carnificina enlouqueceu os nerds, mil teorias agora serão criadas com o que foi divulgado.

No entanto, devido a contratos entre Disney e Sony, ainda não é oficial que veremos um Venom participando de longas de outros personagens, por isso fica o hype, mas com moderação. Contudo, consegue-se enxergar Tom Hardy em um terceiro filme do Venom.

Venom: Tempo de Carnificina
Imagem Divulgação: Marvel

Por fim, Venom: Tempo de Carnificina é cômico, emocionante e tenta manter os padrões Marvel/Disney de ser. Ele extrapola o humor e te tira muito do filme, fazendo dele algo bem mediano, mas longe de ser um desastre. O filme vai conseguir conquistar a alguns e desagradar a outros, e quem odeia a Sony pelo o que ela faz do universo Homem Aranha, aconselho a aceitar logo, porque tudo pode acontecer para os futuros filmes da Marvel/Sony, inclusive uma franquia.

REVIEW
Venom: Tempo de Carnificina
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
venom-tempo-de-carnificina-reviewEm Venom - Tempo de Carnificina, depois de um ano dos acontecimentos do primeiro filme, Eddie Brock (Tom Hardy) está com problemas para se acostumar na vida com o symbiote Venom. Eddie tenta se restabelecer como jornalista ao entrevistar o serial killer Cletus Kasady, também portando um symbiote chamado Carnage e que acaba escapando da prisão após sua execução falhada.