Em uma era vasta de filme de heróis, um vilão teria que um dia ter uma chance de ser o grande protagonista da trama, mesmo que ele fuja completamente do que ele é.

Trazendo um arco diferente dos quadrinhos mais conhecidos, Venom é um filme que desaponta em ação e violência, porém o seu lado blockbuster conseguiu atingir suas metas, com algumas referências aos HQs e o carisma de Tom Hardy, podemos dizer que não tivemos o filme que queríamos, com muitas falhas inclusive, mas que mesmo assim, saímos satisfeitos.

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Venom (Pôster Divulgação)

Cuidado com o hype!

Analisando toda publicidade feita nesse filme, já era de se esperar que teríamos um filme blockbuster bem razoável para trazer grande bilheteria, ou seja, o Venom que todos conhecem está nos quadrinhos e por lá irá ficar, uma violência bem leve com ação quase que aceitável à força traz um certo desapontamento, com toda essa artificialidade de roteiro.

O ciclo do anti herói é bem apresentado e faz referências ao passado de Eddie Brock, mas não salva a fraqueza da luta final entre Riot e Venom, que lembra bastante Mulher Gato ou Elektra, isso que o vilão desse filme é algo completamente sem graça e esquecido, trata-se do presidente da Life Foundation, empresa que faz testes para descobrir um pouco mais sobre o simbiose, além de trazer uma trama mais dinâmica, facilmente compreendido sobre tudo o que acontece com Eddie.

Mas a rapidez disso é tanta que apenas quem leu os quadrinhos vai conseguir absorver rapidamente, pelo roteiro raso que tem esse filme, um desenvolvimento atropelado funciona pelo simples fato de que queremos ver Venom o quanto antes.

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Venom (Imagem Divulgação)

Vale o divertimento!

Até parece que esse filme é um desastre completo, mas na verdade muitas coisas fazem ele valer a pena, a começar por Tom Hardy, que trabalha uma bipolaridade com o simbiose, em tela se vê um diálogo de duas entidades e apenas um ser humano, a situação amadurece a relação de Venom e Eddie e ainda diverte por ser um alívio cômico muito presente no filme, funcionou perfeitamente, pois a cada situação que ambos discutiam, mais e mais risadas eram ouvidas, visualmente tanto Riot e Venom como bípedes, quanto simbiose arrastada pelo chão convenceram na medida certa.

A arte digital desse filme funciona e convence, e por ser um blockbuster em todos os sentidos, a história conseguiu fluir tranquilamente e convencer aqueles que estavam ressabiados.

Contudo achar que esse filme é um fracasso cabe a expectativa de cada um, além do seu nível fanático de quadrinhos, pois esse filme funcionou tão bem que aquela ideia de que “Venom não funciona sem Spiderman” é completamente esquecida, o cabeça de teia não fez falta na história, e com isso temos um Venom nos cinemas, o desejo utópico de todos é que Tom Hardy poderia estar junto com Tom Holland em uma sequência, mas por ser estúdios diferente, é praticamente impossível, mas se depender da cena pós crédito, e de talvez uma boa bilheteria, podemos esperar uma sequência com o Carnage – quem sabe?

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Venom (Imagem Divulgação)

Tom Hardy fez o trabalho!

A ideia triste de saber que o Venom perfeito de todos não está presente no filme é o marco definitivo, negativamente claro, mas antes fosse uma decepção por completo, Venom é um filme divertido, com ação e violência na medida certa para agradar a todos e convencer alguns cabeças duras de que nem todos os filmes terão super heróis como protagonistas.

Tom Hardy provou de seu talento e convence como o antagonista do cabeça de teia trabalhando com os holofotes virados para ele, tudo na medida certa, mas talvez para expectativas erradas.