Total War: WARHAMMER III é um jogo de estratégia em turnos, mas com combate tático em tempo real dentro do universo de Warhammer. O jogo foi desenvolvido pela CREATIVE ASSEMBLY e publicado pela SEGA e pela Feral Interactive. Assim, ele se passa num mundo fictício onde tudo se resolve com guerras e cada facção tem um objetivo diferente envolvendo um deus que está morrendo.

Total War WARHAMMER 3
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“O mundo oscila à beira do caos”

No Total War: WARHAMMER III, você pode escolher entre várias facções tais como Kislev, Grande Cathay, Reinos Ogreiros, Demônios do Caos, Khorne, Nurgle, Slaanesh e Tzeentch. Cada facção é única, sendo que algumas compartilham unidades entre si, mas a maneira que você expande o seu reino é bem diferente de uma pra outra.

O mundo de Warhammer é muito rico de histórias, em Total War: WARHAMMER III estamos no capítulo final de uma trilogia e o deus Ursun sempre declarava o fim do inverno com o seu grito, mas um dia Ursun simplesmente sumiu. Por 7 anos Kislev sofreu com um inverno rigoroso e sem pausa. Os campeões de Kislev descobrem que Ursun foi aprisionado pelo demônio Be’lakor e correm para o seu resgate. Porém, ao chegar lá, Yuri, um dos campeões de Kislev, foi corrompido pelo caos e dispara uma bala corrompida contra Ursun. Os gritos de dor de Ursun fazem com que o Reino do Caos conecte com o Reino dos Mortais, espalhando terror e morte no mundo todo. O jogo começa a partir desses eventos e cada facção tem seu interesse na situação em que Ursun se encontra, alguns querem libertá-lo, outros querem consumi-lo e etc.

A franquia Total War é conhecida por desenvolver jogos de diferentes temáticas, mas mantendo um formato muito interessante que agrada muitos jogadores. Existem 2 diferentes gameplays dentro de um jogo só, sendo a parte na qual você administra o seu reino, melhorando as construções e recrutando novos exércitos e tudo isso é feito em turnos, porém o combate em si, é em tempo real. Ou seja, quando declarado que vai ter um combate, depois de uma tela de carregamento, é uma gameplay tática em tempo real, você e o inimigo dão ordens para seus exércitos, para diferentes posicionamentos, comandos e táticas para alcançar a vitória.

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Pontos Positivos

Como todo jogo de fantasia medieval, os detalhes fazem a diferença e isso foi levado muito a sério nesse jogo. É possível ver muitos detalhes nas unidades e dentro delas eu percebi que existem umas 3 variações na estética de cada soldado, mas você só vai enxergar se der muito zoom no campo de batalha. As animações também estão muito caprichadas. Para obter uma boa imersão com o jogo foi feita uma bela de uma trilha sonora, que combina muito bem com o momento que você está jogando.

Como mencionei anteriormente o jogo é cheio de mecânicas únicas de cada facção. Não cheguei a jogar a fundo com todas elas, porém vou citar algumas aqui que eu gostei bastante.

Jogando de Demônios do Caos, essa facção te propõe uma customização absurda do seu senhor da guerra, cada equipamento que ele usa, muda sua cor e sua aparência. O senhor da guerra fica mais cinza se usar algo do Caos Indiviso, fica mais vermelho se usar algo de Khorne, mais verde se usar algo de Nurgle, mais rosa ou roxo se usar algo de Slaanesh e mais azul se usar algo de Tzeentch. Fora isso, cada batalha você pode dedicar a glória a uma dessas 5 divindades, assim você ganha novos equipamentos, unidades novas e no fim pode escolher se especializar em uma delas.

Jogando de Khorne, você é um maníaco por guerras, coletando crânios e sangue, você pode fazer oferendas com os crânios para poder invocar uma unidade temporariamente durante batalha e com o sangue você cria temporariamente um exercito para aumentar ainda mais o perigo para seus inimigos, mas colonizar uma cidade é um problema, pois é bem caro. Porém se a sua influência ficar alta naquela região, você tem a chance de colonizar uma cidade automaticamente no começo do seu turno. Ou seja, você passa por uma cidade, faz uma pilhagem ou simplesmente a destrói, pra daqui a uns turnos, se sua influencia for positiva, colonizar aquela cidade automaticamente para aumentar o seu reino.

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Pontos Negativos

Infelizmente o jogo é marcado por uma péssima otimização, eu nunca vi uma performance tão ruim num jogo de estratégia. Essa versão da engine de jogo que eles utilizaram já é usada desde 2020 quando lançaram o Total War Saga: Troy. Por mais que o jogo não tenha bugs críticos, tirando um possível crash de jogo se você der alt+tab, a performance do jogo é bem ruim quando estamos no modo “de turno”, durante o combate a performance do jogo fica mais aceitável.

A campanha, por mais que tenha uma ótima história por trás, na execução é bem ruim. Um sábio te aborda e te oferece uma maneira de atravessar os portais do Reino do Caos, para você desafiar os representantes de cada reino e com todas suas almas recolhidas você terá acesso a Ursun. Somente esse sábio consegue fazer isso, só que no jogo qualquer civilização consegue fazer isso, ou seja, vira uma corrida assim que os portais abrem. Se você está invadindo um inimigo para conquistar mais terras e esse evento acontece, você tem que parar tudo e fazer a campanha, pois se outra civilização terminar antes que você, o jogo acaba e você perde. Essa dinâmica também reduz o incentivo de você querer zerar novamente o jogo com outra facção, pois a missão é exatamente a mesma.

Como mencionei anteriormente, o jogo oferece muitas mecânicas únicas, mas falta tutorias para você entende-las perfeitamente. Isso pode afastar um jogador novo na franquia, pois essas mecânicas vão acabar sufocando-o antes de entender realmente como elas funcionam. Antes de iniciar o combate, existe uma função de resolver automaticamente a batalha, mas essa função está totalmente desbalanceada, ocasionando muitas mortes desnecessárias no seu exército. Assim, se você estiver jogando em uma dificuldade maior, cada unidade faz uma diferença pro sucesso da sua campanha e você se vê forçado a jogar todos os combates e isso gera um sentimento de repetição desnecessária no jogo. Os cenários das batalhas poderiam também ter mais variações para mitigar essa repetição.

O último ponto negativo que eu vou falar aqui é o preço do jogo. Seguindo a tendência dos estúdios grandes, pagar mais que R$250,00 em um jogo com vários problemas é muito ruim, mas a CREATIVE ASSEMBLY, conseguiu ir além. Primeiro que a facção Reinos Ogreiros veio inclusa pra quem comprou na pré-venda e agora é cobrada por R$50,00, e pra mim isso é um absurdo. Bônus de pré-venda, pra mim, deveria ser coisas cosméticas somente e não um conteúdo do jogo. Mas não para por aí, o Total War: WARHAMMER I e 2 estão com o mesmo preço do Total War: WARHAMMER III, jogos de 2016 e 2017 pelo mesmo preço de um jogo de 2022. Claramente querem forçar a jogador a comprar o mais atual, algo que pra mim, é imperdoável.

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Considerações finais

Total War: WARHAMMER III está disponível somente para PC e até a publicação desta matéria o jogo custa R$252,00 na Steam e está incluso no Gamepass. Por mais que eu goste da franquia Warhammer eu não posso recomendar esse jogo do jeito que ele se encontra hoje. A CREATIVE ASSEMBLY vai ter que mudar sua postura em relação aos preços cobrados e resolver os problemas desse jogo.

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