Os EUA, país natal de diversos idols do K-Pop de origem asiática, experimentam uma onda de ódio contra asiáticos e americanos de origem asiática desde o início da pandemia de COVID-19. Atos de violência no país se tornaram quase que rotineiros, frutos da ideia do coronavírus ser um “Vírus Chinês”.
Amber Liu, norte-americana de origem taiwanesa, que ficou popularmente conhecida por ser rapper no girlgroup de K-Pop f(x), levantou junto a outros idols, anônimos e famosos globalmente conhecidos, a hashtag #StopAsianHate.
“Estou sem palavras e enojada com as notícias que estou lendo. Me doeu ligar para a minha mãe no exterior para dizer a ela para ter cuidado nos Estados Unidos. Acredito que juntos podemos criar positividade e acabar com o ódio.“
I’m speechless and disgusted by the news that i’m reading. It hurt me to call my mom from overseas to tell her to be careful in the states. I believe together we can create positivity and put and end to hate. #StopAsianHate
— Amber J. Liu 刘逸云 (@ajol_llama) March 18, 2021
Mark, rapper do grupo de K-Pop GOT7, norte-americano com ascendência taiwanesa, também se pronunciou no twitter.
“A recente onda de atos de violência em direção a comunidade asiática-americana e a todas as pessoas de cor é de partir o coração assistir. Nós todos somos seres humanos que merecem viver sem medo de que a cor de nossa pele desafie nossa segurança na América. Este ódio racista e violência têm que acabar.“
#StopAsianHate pic.twitter.com/MlYlz2CYy7
— Mark Tuan (@marktuan) March 18, 2021
No Instagram, Jackson, também do GOT7, postou uma imagem com a hashtag pedindo por mais amor. Já no Twitter foi mais breve, mas passou a mesma mensagem.
“Eu quero tirar um momento para dizer que meu coração está com a comunidade asiática. Como um asiático, o que vem acontecendo é realmente de partir o coração. Ódio e racismo de qualquer tipo não é aceitável. Como eu sempre digo, eu realmente acredito que ninguém nasce odiando. Aqueles que odeiam devem ter aprendido a odiar. E se alguém pode aprender a odiar, também pode aprender a amar. O mundo precisa de amor agora mais do que nunca. Por favor, use sua voz e eu farei meu melhor para usar a minha. Vamos nos elevar mutuamente e fazer uma mudança juntos. Ame.“
As an asian myself, what has been happening is truly heartbreaking.
Hatred and racism of any kind is not acceptable.
I truly believe no one is born hating. Those who have hated must have learned to hate. If anyone can learn to hate then they can learn to love.#StopAsianHate pic.twitter.com/XsCrxpv2QJ— Jackson Wang 王嘉爾 왕잭슨 (@JacksonWang852) March 18, 2021
CRIMES DE ÓDIO A COMUNIDADE ASIÁTICA-AMERICANA
Para registrar os crimes de ódio, o “Stop AAPI Hate” foi criado, e em seu relatório “STOP AAPI HATE NATIONAL REPORT“, relata que entre o mês de Março de 2020 e Fevereiro de 2021, já foram registrados 3,795 casos de crimes contra a comunidade asiática nos EUA. Os tipos de discriminação são: Assédio verbal (68,1%), ato de evitar (20,5%), agressão física (11,1%), violação dos direitos civis (8,5%) e assédio online (6,8%).
Segundo o mesmo relatório, as mulheres relatam 2.3 vezes mais do que os homens. Jovens entre 0 a 17 anos, relatam 12,6%; Idosos (a partir dos 60 anos) relatam 6,2%. Os chineses são o maior grupo étnico a relatar os crimes de ódio, sendo 42,2% do total, seguido dos coreanos em 14,8%, vietnamitas em 8,5% e filipinos em 7,9%. Os relatórios vêm de todos os 50 Estados do país e do Distrito de Columbia. Além disso, os crimes acontecem principalmente nas empresas, representando 35,4% dos casos, seguido pelas ruas em 25,3% e parques públicos em 9,8%. Online, fica o total de 10,8%.
Recentemente, o caso mais chocante e que trouxe a atenção aos crimes de ódios contra a comunidade, foi do atirador que matou oito pessoas de origem asiática em três SPA de massagem localizadas na Geórgia, EUA, Estado do qual, segundo o Asian American Advocacy Fund, vivem quase 500.000 pessoas de origem asiática. Das 8 vítimas mortas, 6 eram mulheres, e de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o Ministério das Relações Exteriores do país confirmou que quatro das vítimas tinham origem coreana.
REAÇÕES FORA DA COMUNIDADE ASIÁTICA-AMERICANA
Como divulgado no Site Complex, assim como anônimos, famosos de outras etnias também estão solidários a tudo o que está acontecendo. Depois dos ataques as casas de SPA em Geórgia, nomes como Rihanna, LeBron James e até o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, mostraram solidariedade e pediram pelo fim da violência contra os asiáticos e a comunidade asiática-americana.
A cantora e empresária Rihanna mostrou sua indignação e pediu pelo fim do ódio.
“O que aconteceu ontem em Atlanta foi brutal, trágico e certamente não é um incidente isolado de forma alguma. O ódio a AAPI* foi perpetuado de forma desenfreada e é nojento! Estou com o coração partido pela comunidade asiática e meu coração está com os entes queridos daqueles que perdemos. O ódio deve parar.”
*Asian Americans and Pacific Islanders ‘Asiático-americanos e ilhéus do Pacífico’
what happened yesterday in Atlanta was brutal, tragic & is certainly not an isolated incident by any means. AAPI hate has been rampantly perpetuated & it’s disgusting! I’m heartbroken for the Asian community & my heart is with the loved ones of those we lost. The hate must stop. pic.twitter.com/rkxZDnxG9E
— Rihanna (@rihanna) March 18, 2021
LeBron James, considerado um dos maiores jogadores de basquete da história da NBA e Seleção Americana, mostrou sua indignação e enviou condolências.
“Minhas condolências vão para as famílias de todas as vítimas e toda a comunidade asiática esta noite sobre o que aconteceu em Atlanta, no SPA de aromaterapia. Jovem covarde f***!!! Simplesmente sem sentido e trágico!“
My condolences goes out to the families of all the victims and the entire Asian community tonight on what transpired in Atlanta at the Aromatherapy Spa. Coward a** young man!! Just senseless and tragic!! ??❤️?
— LeBron James (@KingJames) March 17, 2021
Barack Obama fez uma sequência de três tweets no Twitter sobre o incidente.
“Mesmo enquanto lutamos contra a pandemia, continuamos a negligenciar a epidemia de violência armada de longa duração na América. Embora o motivo do atirador ainda não esteja claro, a identidade das vítimas ressalta um aumento alarmante da violência anti-asiática que deve acabar.“
“Os tiroteios de ontem são outro lembrete trágico de que temos muito mais trabalho a fazer para implementar leis de segurança de armas de bom senso e erradicar os padrões generalizados de ódio e violência em nossa sociedade.“
“Michelle e eu oramos pelas vítimas, suas famílias, todos que sofrem com essas mortes desnecessárias e devastadoras – e pedimos ações significativas que salvem vidas.“
Michelle and I pray for the victims, their families, everyone grieving these needless and devastating killings—and we urge meaningful action that will save lives.
— Barack Obama (@BarackObama) March 17, 2021