Após um longo hiato, alimentado com séries de níveis mediano, finalmente a Marvel dá as caras para algo novo e com Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, um herói novo para alguns, o retorno de um velho nome para outros, o novo filme da Marvel entrega o que sabe e impacta de forma surpreendente, sendo mais um filme de origem a ser destacado na franquia.

O legal do hiato do MCU é que é bom deixar eles trabalharem, mas dizer que a ansiedade não bate é mentir para si próprio, com todo respeito as séries da Disney+, mas ali foi só para nos preencher um vazio que surgiu após Vingadores: Ultimato, foi só assistir o filme de Shang-Chi que faz as séries sumirem das nossas cabeças em um estalo de dedo.

A verdade nua e crua é que a Fase 4 da Marvel está começando aqui, no primeiro novo personagem da saga, e isso envolve a cena pós-créditos. A mesma é o gatilho para o que virá nos próximos filmes da Marvel, e é assim que o MCU começará a ser moldado mais uma vez para seu próximo arco.

Algo que deve se destacar é a qualidade de CGI e atuações desse filme, bastou um simples filme de origem para ser tão grandioso quanto Vingadores: Ultimato; não é desmerecer um, é engrandecer o outro, se esse é o nível de qualidade que temos no início da fase 4, Marvel não poupará esforços e nem verba para fazer cada filme de sua franquia o melhor filme já feito, me arrisco em dizer que os filmes antigos serão superados facilmente. Não só isso como o capricho de se fazer cenas de ação como muitas já vistas e ainda sim achar incrível, abraçar a aura brucutu de Bruce Lee e transformar em um live action de Dragon Ball Z ou Jujutsu Kaisen, que é como a Marvel é muito lembrada pelo público.

Sei que a comparação é com animes e aqui citei alguns japoneses, mas se pegar obras com temáticas chinesas como o anime Kingdom e até o jogo Genshin Impact prova que o mercado chinês é rico em conteúdo a muito tempo; só demorou para chegar ao ocidente, e os mesmos sabem como fazer algo de grande qualidade, isso envolve um herói chinês.

Mesmo que esse seja criação estadunidense, lógico que a Disney foca o mercado chinês, pois faz uma grande diferença em números e cifras – e depois do fracasso do live action de Mulan, a Disney têm que correr atrás e agradar o maior rival econômico dos Estados Unidos, o que acredito que não será difícil com esse filme.

Com uma porradaria ao estilo O Tigre e o Dragão, toda cena de diálogo vira uma chatice e o roteiro simplesmente desaparece de tão fraco, mas por causa de toda cena de combate que roda entre kung fu estilo Bruce Lee e anime shonen, todos os problemas da trama somem por completo, mas destaca o excesso de flashbacks repetidos que preferiu mastigar  tudo para nós em momentos que não era necessário.

Os poucos flashbacks que mostraram a infância de Shang-Chi no início e no meio do filme já conseguem te dar o panorama da origem do personagem. Não satisfeito, o filme empurra mais flashbacks achando que não entendemos. Desnecessário isso, chega a ser cansativo e trava muitas lutas incríveis em tela.

A Marvel têm sempre um trunfo em cada filme quando o assunto é alívio cômico, e aqui está nas costas de Katy (Awkwafina), em todo momento a personagem foi a válvula de escape para cenas tensas, mas não podemos esquecer que é a Marvel, ou seja, ela vai passar dos limites, e eu sei que os fãs adoram qualquer migalha que restou lá trás no MCU e viraliza na internet, tipo a dancinha do Zemo, mas têm um dos maiores erros da Marvel lá trás em Homem de Ferro 3 que eles quiseram trazer aqui e sinceramente que desnecessário.

É querer consertar um erro em forma de piada e dentro do filme ficou muito gratuito. Até tentaram dar importância a esse personagem, mas isso é algo que a Marvel sempre trabalhou e eu acho exagero, deixar os fãs teorizarem faz parte do filme sim, mas com moderação, aliás erraram tanta coisa aqui que os mais emocionados vão achar o filme ruim porque não aconteceu do jeito deles.

Agora sim, oficialmente a Fase 4 começa em meio a vacinação contra o coronavírus, Marvel vem com tudo para o 2º semestre de 2021 e já te apresenta um novo personagem com dois pés no peito.

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis relembra os tempos do kung-fu clássico e eleva a níveis de anime shonen que conhecemos bem, impactando de forma surpreendente por uma empresa que sempre fez isso, com todo respeito as séries do Disney+, senhoras e senhores, a Marvel está de volta e o que nos resta é gritar com essa obra maravilhosa.

Shang-Chi apa
Imagem Divulgação
REVIEW
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Aneis
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
shang-chi-e-a-lenda-dos-dez-aneis-reviewEm Shang-Chi e a Lenda dos Dez Aneis, Shang-Chi é um jovem chinês criado por seu pai em reclusão, sendo treinado em artes marciais. Quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar.