Retornando a Red Dead Redemption, lançado em 2010, é possível ver com clareza uma questão chata. Por duas horas, mais ou menos, o player precisa passar por missões como cuidar de um rebanho de vacas para aprender as mecânicas do jogo.

Seu sucessor também tem um período no início do jogo onde é necessário um tutorial, mas começar um jogo em uma montanha cheia de neve com um grupo de pessoas correndo risco de vida e a partir daí apresentar a mecânica estrutural do jogo é muito mais interessante do que ir a uma fazenda e cuidar do gado.

Respirando por conta própria

Red Dead Redemption 2 começa muito forte e o player sente desde o início que o grupo está em perigo real. Além do excelente início, repleto de ação e tiroteio, o jogo parece respirar por conta própria. O mundo é muito bem construído e um esbarrão na rua em um bêbado pode desencadear uma briga. Uma casa é construída ao longo dos dias e é capaz de acompanhar esse processo.

Um trabalho excelente em criar um mundo crível que desperta a curiosidade para conhecer cada canto dele. Deve-se dizer que é impressionante quase não haver bugs pelo tamanho do game. Mais estúdios deveriam trabalhar com o mesmo nível de qualidade. Não é mesmo, Bethesda?

Enredo imersivo

O enredo tem pontos interessantes. No site Metrocosm é possível ver o fluxo migratório desde 1820 nos Estados Unidos e isso é muito bem exposto no jogo. O grupo no qual o player faz parte é repleto de nacionalidades/etnias que são colocadas a margem da sociedade de um país que estava deixando de ser “selvagem” para uma potência internacional mostrando o preconceito racial que se estruturava na época.

Arthur Morgan não é um protagonista tão interessante quanto John Marston. Talvez porque o sentimento de pertencimento a nação não está presente nesse grupo de outlaws como a noção de família, amor e sacrifício estão presentes no primeiro jogo da série.

Tailing missions é uma constante desnecessária que força o player a ir para dois pontos diferentes do mapa para começar uma missão. É uma “cutscene” do personagem no cavalo em que o player precisa segurar X para continuar. Repetir isso missão atrás de missão se torna cansativo fazendo com que seja mais empolgante explorar o mundo e fazer seu próprio enredo.

Existe um acampamento, mas nem sempre parece que há um, é mais interessante estar fora dele. Melhorar as tendas para recolher munição ou remédios se torna descartável ao decorrer da gameplay.

Cavalgando

Red Dead Redemption 2 é mais interessante do ponto de vista visual e pela liberdade de se explorar o mundo que surpreende a cada cavalgada fora do acampamento do que pela diversão proporcionada pela gameplay. Um jogo que sim vale a pena, mas que não precisa estar no top 3 de próximos jogos a comprar.

REVIEW
Red Dead Redemption 2
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Rodrigo Folter
Jornalista gamer ou gamer jornalista, as duas características costumam se entrelaçar. Nasci em São Paulo e morei alguns anos no litoral antes de voltar à capital e me formar em Comunicação Social pela FIAM-FAAM. Crio conteúdo sobre games, cinema e tecnologia desde 2017 e fui co-autor do livro "Cinema Virado ao Avesso: Erotismo, Poesia e Devaneios", além de palestrar em algumas universidades de vez em quando.Nas horas vagas estou jogando viajando, jogando Overwatch, LoL ou brincando com meu gato.
red-dead-redemption-2-reviewRed Dead Redemption II é um jogo eletrônico de ação-aventura desenvolvido pela Rockstar Studios e publicado pela Rockstar Games. É uma prequela de Red Dead Redemption de 2010, sendo o terceiro título da franquia Red Dead. O enredo centra-se no bandido Arthur Morgan, um membro da gangue Van der Linde. Wikipédia