O ano de 2022 já começou e as pessoas já estão voltando do recesso para voltar a rotina, mas os filmes já começaram a ser lançados ano passado, com a temporada de premiações batendo na porta, os maiores estúdios estão se movimentando para lançarem seus filmes o quanto antes para abocanhar um prêmio, e claro que a locadora vermelha estaria nessa corrida, já no catálogo da Netflix, Não Olhe para Cima se mostra uma comédia sádica do que pode ser espelhado a realidade, e por causa disso se torna algo mais odioso e macabro pela grande proximidade do quanto real esse filme se apresenta, dando um tapa na cara dos apolíticos.

Caso alguém não tenha reparado, vivemos nos últimos dois anos uma pandemia global, e em paralelo existiu a bancada negacionista batendo o pé de que tudo era um exagero e que não passava de uma intriga da oposição, nós nem precisamos trocar a pandemia por um meteoro para fazer sentido com o filme, basta saber interpretar a obra do início ao fim, como funciona a cabeça de lideres políticos e bilionários egocêntricos quando o assunto é um estado de calamidade, tudo pode ser sacrificado quando o assunto é dinheiro e poder.

Essa foi a maior lição de toda a obra, o que poderia ser cômico se tornou um terror, a risada era mais de nervoso do que de alívio, não importa o quanto você deteste política e acha que envolver tudo isso diminuí a obra, estamos vivenciando uma pandemia e ainda estamos tendo problemas com negacionistas, os quais estão nas grandes lideranças do país.

Certos momentos da trama são um tanto caricatos e até fantasioso, mas se levarmos em conta a realidade triste, é um pouco difícil não se assustar, isso que o diretor confirmou que Não Olhe para Cima estava sendo gravado antes da pandemia, ou seja, o negacionismo científico é frequente em nossas vidas, a pandemia só destacou mais ainda isso.

O roteiro acerta nos simbolismos de vários personagens na história, acredito até que muitos vestiram a carapuça de alguns, seja toda a bancada política e empresários ou a parte científica e coerente que foi taxada de maluca, mais uma vez como a coincidência é grande para o mundo real, por isso aqueles que acharam absurdo comparar com a política brasileira ou estadunidense deveriam ler um pouco mais de jornal ou só abrir o Twitter, essa relação existe porque a situação é a mesma, só muda a ameaça.

Apesar de ser simbolismo, toda aquela parte final de planeta alienígena foi algo completamente exagerado, nós entendemos que o rico sempre irá conseguir se safar de alguma maneira diante a uma situação desastrosa, por isso todo mundo quer ser rico, porque trás uma falsa segurança de intocável, e ao mesmo tempo que houve esse exagero, todo aquele momento musical também foi bem desgastante apesar de ter motivos, era uma briga política contra o negacionismo.

Por isso fazer um show e trazer um grande artista é muito significativo para o movimento e é uma grande lição para os fãs do mesmo, celebridades que se posicionam por uma boa causa ou contra qualquer ato político negacionista tende a fazer um grande barulho, pois a maioria dos apolíticos e opositores tendem a serem abafados pela mídia e pelo público, isso não é censura, é bom senso.

Não Olhe para Cima é o filme certo para o atual momento, e doa a quem doer, essa obra extremamente política se faz necessária a bater na nossa cara o poder que o negacionismo tem para a destruição, o que uma fakenews pode movimentar e mudar a cabeça de alguém sem raciocínio lógico. Um dos favoritos do Oscar.

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