Os gamers sul-coreanos, menores de 16 anos, tem motivos para comemorar: o governo de seu país planeja abolir a chamada “Lei Cinderela”, que os proíbe de jogar on-line entre meia noite e 6 da manhã e prevê pesadas multas para as empresas que não tomarem medidas para tornar efetiva a proibição.
Introduzida em 2011, a lei tinha como objetivo prevenir que jovens se viciassem em jogos e, no mínimo, dava a eles seis horas para dormir. Ela foi originalmente concebida para conter os jogos por computador, mas também afetou os consoles, a ponto da PlayStation Network da Sony e a Xbox Live da Microsoft acabarem restringindo suas contas a adultos.
O governo diz estar propondo essa mudança em respeito à liberdade de crianças e adolescentes e para incentivar a educação em casa: os pais fixarão em que horários seus filhos poderão jogar. Também pretende apoiar o uso de jogos em escolas, lares e na sociedade como um todo, para que crianças e jovens possam desenvolver habilidades positivas e desfrutar de lazer com base em jogos.
Na China, o outro único país a ter regras desse tipo, as restrições são ainda maiores: menores de 18 anos não podem jogar entre 22 e 8 horas. Também não podem jogar mais que 90 minutos durante a semana, estando liberados durante 3 horas nos finais de semana e feriados – e todos sabemos como funcionam os sistemas de controle social na China.
São visões diferentes, cada uma delas com suas vantagens e desvantagens, riscos e oportunidades.
Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.