BELLAN
    BELLAN
    O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.

    EXPERIMENTE TAMBÉM

    Love In The Hell | Review

    Como já dito anteriormente em nosso Primeiro Gole, a Editora JBC vai lançar Love In The Hell (Jigokuren) o título por aqui em 2015. Qualquer mudança ou detalhes sobre a edição, estaremos colocando aqui quando lançar.

    Confira também: Love In The Hell | Primeiro Gole

    Love In The Hell é um mangá de Reiji Suzumaru e foi lançado em 2011 na revista Comic High! e fechou com três volumes e 18 capítulo.

    Quanto a revista, ela é famosa por despontar trabalhos do gênero seinen como Chu-Bra, High School Girls e Kodomo no Jikan. Quanto ao autor Reiji, não há nenhum trabalho conhecido (uma pena), pelo menos não deu pra achar nas interwebs. Porém em seu twitter, dá pra acompanhar diversas imagens e desenhos bacanudos! Saca só: Twitter do REIJI.

    Capa de Love In The Hell, lançado pela Editora JBC (Imagem Divulgação)
    Capa de Love In The Hell, lançado pela Editora JBC (Imagem Divulgação)

    Protagonismo

    Começando a falar sobre os personagens principais, vamos com o núcleo da obra, Rintaro Senkawa, ou para os mais íntimos, Rintaro “Sem Calça”. Isso tudo porquê, quando o cara cai no Inferno, ele tá todo peladão. E para a diabinha não ficar olhando as suas partes íntimas, ela acaba amarrando seu iPod pra tampar a “beluguinha“.

    Rintaro herda todas aquelas características dos personagens “Taro” do mangá (Keitaro, Kintaro, Eitaro, etc). Ora tarado, ora muito besta, ora é desacreditado com a vida ou com seus atos.

    Porém, com o passar dos capítulos, suas melhores características acabam se sobressaindo e até o meio da série, sua personalidade acaba ganhando cor e você se identifica com várias passagens e atos do cara aí.

    O interessante de Love In The Hell é que o relacionamento/romance entre Rintaro e a diabinha Koyori é bem light, se for considerar o ecchi da coisa. São pouquíssimos momentos – mais no início da obra – que a conotação sexual entre os dois é mais evidenciada.

    Após um tempo de convívio entre os dois, um sentimento mais “profundo” acaba surgindo entre os dois, o que acaba fortalecendo ainda mais o laço da dupla, na verdade, mais pro lado de Rintaro.

    E o lance de ficar peladão? Bem, no Inferno as coisas funcionam um pouco diferente. Para conseguir dinheirinhos por lá, é necessário pagar com SOFRIMENTO! No Pain, No Gain. Simples assim. É engraçado pois o Rintaro aí demora pra conseguir dinheiro suficiente para uma mísera peça de cueca.

    Dominadora

    Koyori é a “engrenagem” da série, ela é quem diz o que pode ou não fazer lá pelo inferno. Na verdade, é quase todo episódio que ela tem que tirar o Rintaro de alguma enrascada.

    A diabinha de 17 anos acabou de se “formar” e agora tem Rintaro como seu primeiro trabalho. Já de cara notamos que ela é afinzona do protagonista e desde então, ela faz de tudo – ou quase – para deixá-lo fora de perigo. Uma pena que Rintaro nem sempre retribui.

    Vestindo sempre roupas erotizadas, ela tem duas armas principais: Uma clava de ferro espinhosa e um chicote. Ela não mede esforços com Rintaro e se ele lhe faltar com vergonha ou desobedece-la, chibata nele!

    O interessante é que no Inferno você pode morrer quantas vezes quiser – ok, não precisa querer – que no outro dia você está vivinho e novo em folha. São vários momentos do mangá que Rintaro acaba perdendo os membros, cabeça e órgãos estripados.

    Capa de Love In The Hell, lançado pela Editora JBC (Imagem Divulgação)
    Capa de Love In The Hell, lançado pela Editora JBC (Imagem Divulgação)

    Personagens Secundários

    O enredo do mangá é estritamente focado no núcleo de Rintaro. Raramente temos alguma cena com outros personagens. Ou seja, todos os personagens secundários tem algum tipo de contato com o protagonista da série.

    Um fator que chama atenção no roteiro de Reiji é de que mesmo aqueles personagens que apareceram uma vez ou outra em algum capítulo, vão ter um plot ou participação especial lá pra frente. Em especial, com o Volume 3, são diversas cenas que remontam acontecimentos passados para montar o plot final.

    Com isso, vemos a preocupação em estar sempre reciclando personagens e não adicionando novos à trama. Provavelmente Reiji já pensou em Jigokuren como uma obra bem fechadinha e com seus personagens já contados na mão. Ao escrever e ilustrar, só foi dando mais cores as personagens conforme foram aparecendo.

    Ambientação

    Love In The Hell se passa no inferno. Seria um inferno o qual você imagina? A brincadeira com o subtítulo “Rintaro também não conheceu o outro mundo por querer” é com YuYu Hakusho, já que os mundos até que são parecidos. Aquele esteriótipo de diabo humanizado – marcado por rabo ou chifres – está presente a todo momento, próximo ao Makai de Togashi e  tantas outras obras.

    O que há mais em comum? O inferno tá mais pra um universo paralelo/espelhado que outra coisa. Lá a galera trabalha, ganha dinheiro, há crimes, mortes e possuem diversas cidades.

    O que pode mudar é aquela ambientação de estar sempre num ecossistema rochoso. *Lembra algo tipo Grand Canyon*. A diferença é que toda aquela construção rochosa é ilustrada de uma forma mais peculiar e pervertida. Todo cenário tem alguma alusão com o falo masculino, inclusive as construções citadinas.

    Capa de Love In The Hell, lançado pela Editora JBC (Imagem Divulgação)
    Capa de Love In The Hell, lançado pela Editora JBC (Imagem Divulgação)

    E todo inferno é assim? Não! 

    Afinal, por Rintaro ser um pecador “de leve”, ele acabou caindo no nível mais superficial infernal.

    Em Love In The Hell há mais um nível, chamado de Abismo. Ao contrário do primeiro, o Abismo abriga criaturas terríveis e inimagináveis. Ali sim, todo tipo de capetão, com formas bizarras e tamanhos colossais.

    Há apenas um momento do mangá que somos transportados pra lá. Uma pena; Dá pra ficar com gostinho de “quero mais”.

    Voltando ao dinheiro, são duas formas de conseguir: Sangue ou Trabalho. O bacana é que o trabalho por lá só dura três meses. Isso mesmo, após este período o pecador deve procurar outro e depois outro.

    Isso vai obrigar futuramente com que ele opte apenas por sofrer e receber seu dindin. Há outras formas ilegais, como lutas e apostas; E nessa o Rintaro até manda bem. Senti um pouco de falta desse lado shonen do mangá!

    Pecado Capital

    Denominado “período de expiação”, este é o tempo que o pecador ficará no inferno até pagar por todos os seus pecados. Isso é pago com dor e sofrimento, ou seja, nada daquelas mortes mais “diretas”. Vale mais ficar enfiando um prego entre a unha e o dedo que levar uma machadada decapitante.

    Por Rintaro ser um extremo medroso e frescurento, obviamente que ele vai buscar formas alternativas de pagar seus pecados. De uma forma ou de outra, ele sempre tenta burlar o sistema, o que sempre dá errado e vai lá a Koyori ter que ajudar o rapaz. E qual seria o principal pecado que Rintaro cometeu?

    É aí que está a cereja do bolo. Você acaba devorando o mangá todo até saber qual foi a causa de ele estar no inferno. Pois de fato, Rintaro não é uma pessoa má. Porém, como a própria Koyori diz: “matar uma formiga conscientemente, já faz com que seu nível de maldade seja bem grande na balança da boa índole”.

    E porquê não sabemos logo de cara o que raios Rintaro aprontou? É porquê ele não se lembra!

    Questões Técnicas

    Reiji compilou muito bem os três volumes. O que dá pra perceber é uma queda de rendimento no miolo, onde somos apresentados alguns capítulos do cotidiano infernal, o que acaba deixando o plot principal totalmente de lado.

    De nenhuma forma isso afeta a maestria do mangá, mas talvez poderia ser melhor aproveitado a união da ambientação com o plot principal.

    Quanto ao traço, as personagens são muito bem estilizadas e desenhadas. O trabalho de character design é de longe o mais bem empregado por aqui, ao contrário do cenário. Muitas vezes há apenas rochas…

    Do lado escritor do autor, ele manda bem e não há pontas soltas. As diversas janelas abertas no início da obra são fechadas – mesmo que no fim – e o que fica solto é mais na questão de filler mesmo, como: “Como é o Abismo?” 

    Por fora do traço e roteiro, o que mais chama a atenção em Jigokuren é a ideia de juntar comédia + romance + gore + masoquismo + inferno. Apesar de que muito destes termos estarem sempre juntos, a forma de como foi unido e tratado é de bom grado.

    Para deixar a história fluida, ele não se aprofundou em questões mais ocultistas ou filosóficas. Ele deixou o seu jeito superficial, o que possibilitou uma ótima dinâmica de leitura.

    Love In The Hell (Imagem Divulgação)
    Love In The Hell (Imagem Divulgação)

    Céu ou Reencarnação

    Depois de pagar todos os seus pecados, o que você escolheria? Voltar ao mundo real ou pro Céu?

    Esta é uma das questões levantadas e de que Rintaro vai ter de decidir. É uma grata surpresa no fim da série todo o desenrolar que envolve seu “pecado capital” até sua decisão final.

    Talvez a cereja do bolo de Love In The Hell está com seu final emocionante. Ou seja, se você começar a ler, TERMINE! Seria um desperdício dizer Não.

    Love In The Hell é um seinen sarcástico, com pitadas ecchi, humor negro e o melhor: Diversas tiradas com o mundo hipócrita, faz da obra de Reiji Suzumaru uma boa pedida pra você adquirir com a JBC. Claro, se você se identificar com tudo o que foi dito aí! ^^

    Site Oficial

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    O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.

    EXPERIMENTE TAMBÉM!

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    O mangá conta a história da nova vida de Rintaro Senkawa, que deve pagar pelos seus pecados com muita tortura, muitas cabeças explodindo, e tentando conter seus “impulsos masculinos”, nessa comédia gore de humor negro que promete te fazer rir, se… empolgar, e até se emocionar!Love In The Hell | Review