Apesar do meu vício em manhwas de fantasia do tipo isekai não ter ainda sossegado, dessa vez eu dei a chance para algo de outro gênero (um que eu gosto bastante): terror.

Ghost Teller, manhwa de QTT e licenciado em inglês pela Webtoon Line é uma antologia de contos curtos assustadores. Será que fantasmas são realmente tão assustadores assim? Aqui nós podemos discordar.

A trama consiste em um plot que já estamos acostumados. Um grupo se reúne a fim de contar histórias assustadoras. A diferença? Ao invés de pessoas contando histórias de fantasmas, aqui nós temos fantasmas contando histórias de seres humanos! O objetivo? Decidir quem é mais assustador: fantasma ou ser humano.

Cada conto tem cerca de cinco a sete capítulos, e as temáticas variam. Temos desde assassinatos, até suicídios acidentais, serial killers, perseguição midiática, acidentes, crimes organizados… enfim, a criatividade não é algo que falte aqui.

A primeira temporada (ou season) do manhwa é composta de 38 episódios + um especial, totalizando 39 capítulos no total, e foi publicada durante o ano de 2018. No app do Webtoon Line, o título está na opção free daily pass, no qual você pode ler um capítulo gratuito por dia, e todos os capítulos “desbloqueados” ficam disponíveis por um período de duas semanas (lembrando que o conteúdo é somente em inglês).

Para mim que estou acostumada a acompanhar títulos mais longos, foi uma feliz surpresa encontrar uma trama tão curtinha e ao mesmo tempo tão completa. Eu sou muito fã de antologias de horror, principalmente quando falamos de filmes e livros, então ver um manhwa no mesmo estilo foi algo que me agradou bastante.

Como toda antologia, é normal que você encontre alguns casos que vão te agradar mais do que outros. Em especial, na primeira temporada, meus favoritos foram “The story of the son”, no qual há uma crítica direta às grandes companhias e ao mercado de trabalho, e “The story of her truth”, no qual somos apresentados a um cenário moderno sobre os jovens idols, o impacto das redes sociais, bullying virtual e as Fake News.

Bem completinho, de leitura rápida e interessante, Ghost Teller consegue atingir seu objetivo de entregar uma história concisa e amarradinha de horror sob um fundo interessante de “fantasmas versus humanos”. A arte foge bastante do estilo realista ou até bastante gráfico – o que é incomum para histórias do gênero – mas isso não é um ponto negativo e não me influenciou em nada na leitura.

Outro ponto positivo é que cada “fantasma” da série é um tipo de figura mitológica do leste asiático, desde uma raposa de nove caudas, até mesmo o ceifador ou então a famosa fantasma dos longos cabelos negros (comum em filmes como O Chamado e O Grito).

Ghost Teller já conta com uma segunda temporada completa que em breve eu volto aqui para fazer um novo review a respeito.