O ano de 2018 foi marcado por uma das temporadas mais fracas para o gênero terror, colecionou fracassos e decepções que deixou o público na mão. O último suspiro seria o novo filme da Sony, Cadáver.

Produzido para esse ano, sem nenhuma expectativa por causa de um trailer de dois minutos e meio, o longa se mostra mais profundo do que aparenta, porém necessita de uma interpretação maior do que está sendo visto, tirando um pouco do gênero terror que ele deveria ser.

Shay Mitchell Cadáver
Cadáver (Imagem Divulgação)

Sem delongas

O filme não veio para enrolar, a primeira cena já mostra um exorcismo rápido e pouco desenvolvido para explicar a origem da assombração e seus poderes, a partir daí o roteiro já caminha para a protagonista alvo dessa assombração, a qual sua origem se mostrou um dos pontos mais fortes: uma ex policial que falhou em uma missão, perdeu seu parceiro e agora é atormentada pela culpa e ainda sofre de ansiedade por causa de remédios controlados que eram do ex namorado.

Um nível quebrado de personagem que foi bem além para uma protagonista de um filme de terror, conseguiu apagar quase que por completo os outros personagens.

O ambiente do filme é clichê, porém perfeito, um necrotério onde habita um corpo o qual o exorcismo não foi terminado, não precisa de mais nada para fazer o público já ficar aflito e começar a pensar em tudo que pode acontecer nesse cenário, tanto que os preparativos que precedem o susto foram geniais, com sombras em câmeras, portas das gavetas de corpos que não fecham e até a luz que funciona por sensores, tão certeiro que salva os pontos fracos do filme.

Shay Mitchell Cadáver
Cadáver (Imagem Divulgação)

Assombração Cadavérica 

A assombração divide opiniões, ela se move de forma macabra pelas paredes e nas sombras. Isso convence a ponto de você se encolher na cadeira, com a cara coberta pelo cabelo ensanguentado e vultos rápidos vistos em cantos de telas, deixa aflito com a criatura preparada para atacar.

O que ficou questionável foi os poderes telecinéticos dela, um tanto exagerado e forçado, pois ela estava funcionando com vultos que precede o ataque e movimentos sinistros, mas quando aparece de vez, apenas te dá um susto momentâneo e começa o uso dos poderes exagerados, que apagou toda aquela aflição causada em cena.

Porém esse filme traz uma reflexão muito mais profunda, o fato do demônio da trama apenas possuir pessoas depressivas e ansiosas, doentes mentais que mostram a fraqueza emocional e racional, a vítima perfeita para possuir, e como a protagonista sofre de ansiedade, a criatura sempre foi atrás dela, pois a menina possuída têm um explicação no meio da história, a qual também sofria de depressão, a personagem principal tomando coragem para enfrentar o demônio mostra a sua vitória contra a ansiedade e a depressão, uma mensagem muito importante que reflete sobre uma doença que tem dominado aos poucos a nova geração, importante porém esquecida pelo gênero terror, pois é uma cena muito breve.

Shay Mitchell Cadáver
Cadáver (Imagem Divulgação)

Atingindo seu objetivo

Cadáver não é o melhor filme de terror de 2018, muitos menos um dos melhores já feitos, mas atinge seu objetivo no limite, com fotografias escuras e criatura macabra que cria toda a agonia e pavor do ataque da mesma.

Mesmo que seja quase que um super poder mutante, ainda sim os sustos funcionam e alcança a média a ponto de concluir de que Cadáver cumpre muito bem o seu papel!

REVIEW
Cadáver
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Baraldi
Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.
cadaver-reviewUm exorcismo chocante foge de controle. Meses mais tarde, Megan Reed (Shay Mitchell) está trabalhando em um necrotério quando recebe um cadáver desfigurado. Megan começa a experimentar visões horripilantes e a suspeitar que o corpo pode ser possuído por uma força demoníaca implacável.