No dia 19 de junho, Dia do Cinema Nacional, uma data que muitos ignoram por não gostar de filmes brasileiros, acharem que só existe as comédias da Globosat ou filme independente, acabou se tornando um dia de tristeza: o mais amado e aclamado crítico de cinema, Rubens Ewald Filho, faleceu na última quarta-feira.

O “senhor Oscar” estava internado desde o dia 23 de maio, nos deixou aos 74 anos, e pode-se dizer que deixou sua marca quando o assunto é cinema. Para todas as idades, ele será lembrado como um grande ícone que representa o cinema para nós brasileiros, pois também se mantinha presente em sua conta no Instagram para mostrar sua emoção com filmes de todos os gêneros, dos indicados ao Oscar e cults europeus, até os incansáveis reboots e filmes de heróis.

Além de suas críticas escritas em sua coluna na dvdmagazine.com e trabalhos recentes para a TNT, amantes da sétima arte ou não, Rubão moldou gerações para essa cultura.

Daqueles que lembram dele quando trabalhou em todas as emissoras da TV aberta, até os que conhecem por seus comentários em temporada de premiações na TNT, Rubens Ewald Filho deixará saudades, não por causa da sua visão sobre a sétima arte, mas sua paixão por esse mundo, um mero telespectador das grandes produções cinematográficas, demonstrava sua emoção a cada um desses filmes.

O que nos resta para nós cinéfilos, blogueiros, e youtubers é agradecer por tudo que ele fez, por suas críticas que guiaram pessoas a grandes filmes que estão longe de ser aclamado com uma gigante bilheteria ou marketing agressivo, nos fez ter uma visão melhor para filmes, nos agraciou com sua paixão e nos fez enxergar e sentir tudo o que é possível em qualquer filme que estiver em cartaz.

Eu (Baraldi) como um cinéfilo agradeço a experiência passada por suas críticas, sua passagem foi sim uma emoção para nós amantes da sétima arte, nada menos pode-se dizer e muito menos difícil de demonstrar nossas emoções como você o fez, é a prova que tudo o que você representou do cinema para os brasileiros é digno de Oscar.


Foi em minha primeira cabine, de O Bom Gigante Amigo, em 2016, que o conheci (BELLAN), e tive o primeiro  contato. Fiquei com certa vergonha em pedir um selfie, já que um cumprimento e aperto de mão, já bastava para mim.

Rubão foi o cara – na minha visão – que aproximou o Cinema da grande massa, tirando o ar blazé de que “se o filme cult não é bom, é porque você não o entendeu”, enfatizando: “não, às vezes o roteiro que é ruim mesmo!”.

Entre seus grandes feitos como cineasta, o que mais me marcara e que assistia com grande prazer ao lado de minha avó, foi a adaptação de Éramos Seis (1994), que ao lado de Sílvio de Abreu, me trouxe a primeira experiência com a teledramaturgia brasileira – e das poucas que tenho um apreço verdadeiro.

Rubens Ewald Filho, com certeza, foi o responsável por abrir as portas da Crítica Cinematográfica na Televisão Aberta, algo que era restrito a colunas em jornais e apreciado por um público seleto, desconstruiu o Oscar, o tornando interessante até mesmo para uma criança com seu carisma. Nos anos 90, eu mal via filmes no cinema, mas achava o Oscar muito divertido! 

Como um site que entre suas seções há a de REVIEW, é fatídico uma parcela desta “Indústria da Crítica de Cinema” ter ganho poder com sua representação nos últimos anos. Fica o nosso agradecimento e que descanse em paz.